(Para o Seu Romero)
Moacir Prestes; Garibaldi, Nenê Balhego, Adílson Feijó e Edy do Solano; Seu Walter, Jaime Freitas e Luiz Carlos Hernandez; Fernando Magro, Jacques e Prego. De treinador, Jesus Falcão, o “Ganso”, da Voz dos Pampas. Mesmo sem ter jogado junto, esse time marcou época em Arroio Grande. Praticantes do esporte mais popular das pequenas cidades, a concentração para o aperitivo fez deles verdadeiros craques e contribuiu para que deixassem muitas histórias. Time de respeito mesmo, timaço.
O Seu Walter seria, logicamente, o capitão. Educado, tranqüilo, mas também enérgico quando necessário, impunha disciplina. Coisa que o Pedro Bittencourt não tinha, por isso era naturalmente reserva, embora jogasse demais. Mas não tinha modos e nunca foi de respeitar regra nenhuma, era realmente um indisciplinado. Por isso levava sonoras “putiadas” do Edy do Solano, de longe o mais encrenqueiro da turma, que vivia se auto-expulsando, desfalcando a equipe. Como o Jacques, que desapareceu por anos e anos, pra participar de outras disputas, noutras praias... Tudo sob os protestos do Garibaldi que queria o grupo todo sempre reunido, um conciliador. O Moacir Prestes nem via direito as partidas, preocupado que estava sempre com a sua grande paixão, o trabalhismo, diferentemente do Fernando Magro que achava a política um assunto meio “sem fundamento”, que mais afastava do que aproximava qualquer grupo. Aplaudidíssimo. Pelo Jaime, que tinha a cumplicidade do Nenê Balhego pra falar do bandoneon, sendo às vezes interrompido pelo Luiz Carlos, ansioso por relembrar certos “causos” ocorridos nas antigas excursões do Arroio Grande. Já o arroz e o gado mais entravam em pauta quando apareciam o Seu Marquinhos ou o Maximiano Muñoz, espécies de “cartolas” do time, junto com o “Velho” Setembro. É que naquela equipe eles só tinham lugar na Diretoria, já que podiam até entender de jogo, mas não conseguiam acompanhar o ritmo do time do copo. Para alguns ali, só mesmo torcendo. Se bem que houve uma época em que o Castelhano Deniz e o Pedro Paulo andaram batendo um bolão, pra ciúmes do Adílson que queria ser sempre o destaque do time. Praticamente imbatível. Como o Prego, sempre na área, mas às vezes ameaçando se retirar de campo e criando pânico na turma. Brincadeira, era mesmo o mais moleque da equipe e jogava seguro, devagar e sempre. Um cracaço.
Criaturas maravilhosas, com destaque nas atividades que abraçaram, e se aqui são lembrados pelo saudável hábito do bar ou da boêmia é por que foi assim que muitos os conheceram - do Formigueiro aos Del Quinto, do Élvio Brasil ao Eraldo - em alguma época de um tempo bom do Arroio Grande.
Hoje eles permanecem na memória de todos, pelo que construíram e pelos exemplos que deixaram, pelas saudades dos amigos e pelo que representaram no saudável jogo da vida que só eles sabiam jogar. Time de respeito mesmo, um timaço!
Pedro Bittencourt Jr
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